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Como saber a hora de procurar um geriatra

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Como saber a hora de procurar um geriatra

Muita gente tem dúvidas sobre qual o melhor momento, ou a melhor idade, para procurarmos um geriatra. Além disso, não são poucas as pessoas que adiam esse momento justamente por preconceito em reconhecer o passar dos anos. Mas negar a idade não ajuda em nada quando o objetivo é buscar mais qualidade de vida na terceira idade.

Para falar sobre o assunto, a Farma Conde Saúde conversou com o médico geriatra Aurélio Tucci, de São José dos Campos. Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Dr. Aurélio afirma que o preconceito com a idade vem diminuindo e que os idosos estão cada vez mais buscando ajuda, a fim de manter uma vida saudável na terceira idade. Acompanhe abaixo a entrevista:

 

- Farma Conde Saúde: Qual o momento certo para procurar um geriatra?

Aurélio Tucci: Não existe essa definição nas sociedades médicas. O que se sabe é que, a partir da quinta década de vida, os processos que caracterizam o envelhecimento orgânico acontecem de maneira contínua. Portanto, depois dos 40 anos seria recomendada uma avaliação com geriatra.

 

- Farma Conde Saúde: Existe diferença de idade para homens e mulheres sobre quando procurar?

Aurélio Tucci: A mulher por sua própria característica fisiológica de decréscimo hormonal na quinta e sexta décadas de vida, com o climatério e a menopausa, pode se beneficiar ainda mais do acompanhamento com geriatra nessa fase da vida.

 

- Farma Conde Saúde: Em que a abordagem do geriatra difere dos médicos de outras especialidades?

Aurélio Tucci: O geriatra, além de prevenir e tratar as doenças mais comuns no idoso, tem um olhar específico para as grandes síndromes geriátricas. Portanto, ele avalia a mobilidade e o risco de quedas, a independência e a autonomia do paciente, as alterações cognitivas (dificuldades com a memória e demências, por exemplo), a incontinência urinária, os transtornos do humor (depressão), o estado nutricional, o uso de medicamentos em excesso e a cada vez mais preocupante síndrome da fragilidade.

Esta se caracteriza pelo surgimento de alterações orgânicas, como perda importante de peso e de massa muscular, que levam o idoso a um estado de grande vulnerabilidade física.

Outro foco importante na abordagem do geriatra é o estímulo para prevenção de doenças e a busca do envelhecimento ativo e com qualidade de vida. Difere também na abordagem do geriatra a multidisciplinaridade. Esse médico trabalha em conjunto com a fisioterapia, a fonoaudiologia, a psicologia e a nutrição.

 

- Farma Conde Saúde: Qual deve ser a frequência de visita ao geriatra?

Aurélio Tucci: A frequência de visita ao geriatra varia de acordo com o perfil do paciente. Ou seja, os menos idosos, entre 60 e 70 anos, podem fazer avaliação anual, se não houver alguma questão específica que exija acompanhamento em menos tempo. Os mais idosos, especialmente a partir dos 80 anos, devem ser avaliados a cada seis meses no máximo, uma vez que nessa idade as grandes síndromes geriátricas podem comprometer sensivelmente a qualidade de vida do paciente.

 

- Farma Conde Saúde: Quais problemas o geriatra costuma acompanhar mais de perto?

Aurélio Tucci: Os problemas mais prevalentes e crônicos no idoso, como as doenças cardiovasculares e metabólicas, as doenças ósseas, as alterações cognitivas e os transtornos depressivos e ansiosos. Sendo assim, hipertensão arterial, diabetes, hipotireoidismo, artrose, osteoporose, Doença de Alzheimer e depressão estão entre as doenças que o geriatra trata.

Além disso, ele aborda as síndromes geriátricas como o desequilíbrio de marcha e risco de quedas, a incontinência urinária e o uso de medicamentos desnecessários. E sempre tem a visão de prevenção de doenças e da deficiência física na velhice.

 

- Farma Conde Saúde: A idade em que uma pessoa é considerada idosa mudou nas últimas décadas?

Aurélio Tucci: Sim. Já foi considerada idosa uma pessoa com mais de 50 anos. Hoje em dia, o Estatuto do Idoso e a Organização Mundial da Saúde consideram a idade de 60 anos. Países desenvolvidos tendem a considerar idosos os acima de 65 anos. Porém essa definição cronológica é incerta, uma vez que há uma grande variabilidade no envelhecimento. Temos pessoas com 75 anos que estão em condições orgânicas e mentais melhores do que outras com 60 ou menos.

 

- Farma Conde Saúde: O idoso de hoje se cuida mais?

Aurélio Tucci: Eu acredito que hoje temos mais conhecimento de como devemos proceder em relação à prevenção de doenças. As informações chegam mais aos idosos e com isso eles se cuidam mais sim.

 

- Farma Conde Saúde: Ainda existe preconceito por parte de algumas pessoas em procurar um geriatra?

Aurélio Tucci: Sim, mas muito menos que há alguns anos. Uma vez que um dos objetivos principais seja a prevenção, os idosos têm percebido a importância dessa avaliação integral, holística, do geriatra que não é especializado em doenças ou órgãos, mas sim em pessoas nessa fase da vida.

 

FONTE: G1

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